segunda-feira, 18 de junho de 2012

Como receber bem um visitante na igreja


          Receber bem alguém em nossas casas é fundamental quando se quer estabelecer uma boa relação com o visitante, seja este familiar ou não. O mesmo se dá no círculo da igreja onde precisamos refletir sobre a nossa postura frente àqueles que nos visitam. Quando esta etapa estiver sido bem feita, os resultados também são satisfatórios. Se, todavia, houver omissão ou descaso neste assunto, corremos o risco de não ter o visitante de volta em nosso meio.
          Com a exposição deste tema também queremos abrir o leque e aproveitar a oportunidade para refletir sobre a nossa prática, ampliando, assim, a nossa compreensão sobre o assunto. Quando mais nos aprofundamos, várias questões vêm à nossa mente sobre o porquê de muitos visitantes não retornarem ao nosso convívio. O que está acontecendo? Como os temos recebido?
            A princípio imagino cada membro da igreja um recepcionista. Há, nesta tarefa, uma dupla finalidade: sermos cordiais com todos e também oportunistas. Apesar disso, acreditamos que jamais deveríamos “fazer a cabeça” de alguém após uma visita sua. Óbvio que uma lembrança, convite, etc sucedem após o contato e isto é recomendável. No entanto, quando sentimos que isto esteja constrangendo a outra pessoa, precisamos rever o nosso procedimento. Como um todo, os membros têm o interesse em receber bem o visitante para que ele se sinta bem em nosso meio, especialmente por se tratar de uma nova realidade para ele. Nem sempre isto é fácil, mas com persistência, cuidado e preparo podemos conseguir muito.
            A igreja também poderá estruturar-se com um  departamento (ou comissão) de recepcionistas. Estes, depois de preparados para tal função, irão desempenhar o seu papel com muita alegria porque estarão cientes de sua responsabilidade. Diz o ditado popular: “a primeira impressão é a que fica”. Assim também o é na igreja. Portanto, recomenda-se que uma equipe fique de prontidão quando os visitantes vierem.
            É bom lembrar que em nossos dias de hoje as pessoas correm muito e quase não têm tempo para nada. Em função disso, quando se sentem enfraquecidas, ou quando problemas sérios rondam a sua casa, etc, em muitos casos elas irão procurar por uma igreja (ou grupo religioso). Por isso, elas precisam de uma lugar de acolhimento por estarem aflitas e angustiadas. O que elas encontrarão na igreja? Pessoas alegres, dispostas e perseverantes? Ou vão encontrar pessoas cabisbaixas, zangadas umas com as outras (em muitas igrejas há membros que não falam com os outros).
            Nesta linha de pensamento, acreditamos que a partir do momento em que o membro vive o Evangelho em sua vida, reflete o amor de Deus e passa a ser uma “luz no mundo” (Mt 5). Inclusive este também é o objetivo da igreja: reunir o povo de Deus, fortalecer-lhe a fé e direcionar a sua vida na prática do amor de uns para com os outros. E nesta perspectiva, se torna também um grande recepcionista que tem prazer em receber o visitante em seu meio.
            O que segue são algumas dicas/orientações são necessárias para os membros da igreja e, em especial, àqueles designados para serem os recepcionistas.
a)      chegar mais cedo – preferencialmente meia hora antes do culto. Deverá deixar todo o ambiente preparado, com alguma música ambiente. Recomendamos que os minutos que antecedem o culto não deveriam ser utilizados para afinação dos instrumentos. Isto poderá ser feito em outro momento. Agora, o tempo é de comunhão, oração e preparo para o culto. Caso o culto seja à noite, uma luz não muito forte (indireta) deixará o ambiente mais próprio para a ocasião;
b)      seja natural – não somos em nada diferentes dos outros. As pessoas têm medo da algo forçado (hipocrisia). Aqui também é preciso salientar o cuidado com os preconceitos existentes entre as pessoas;
c)      cumprimente a todos – inclusive os membros da igreja para que eles também se sintam cada vez melhores em nosso meio e despertem o interesse pelos visitantes, seguindo o seu exemplo. A comunhão será fortalecida com tal atitude;
d)     providenciar Bíblias, hinários e liturgias – e indicar um membro da igreja para assessorá-lo durante todo o culto (alguém que sente ao seu lado).
e)      anotar o endereço – Este é um momento delicado. Queremos ter um contato posterior com o visitante. No entanto, não podemos constrangê-lo a deixar o seu endereço. Talvez um cartão, no qual podemos destacar a ficha (serrilhada) em duas partes, onde o chamamos bem vindo, poderá ser utilizado. Se o visitante veio por intermédio de algum membro da igreja, este poderá fornecer o seu endereço. Preferencialmente na semana seguinte deveria ser encaminhado uma correspondência (cartão ou carta) agradecendo-lhe pela visita e convidando-o novamente. Se porventura, o visitante já vem com freqüência, bom seria agendar um contato na sua própria casa para expor-lhe  mais sobre as doutrinas da igreja e tirar as suas dúvidas. Isto poderá ser feito pela equipe de visitação ou pelo próprio pastor.
f)       após o culto – Este é um dilema. Já vi muitos visitantes “no canto” e não serem acompanhados por ninguém. Neste momento, muitos membros da igreja estão preocupados  com os “seus irmãos” e se esquecem daquele que pode se tornar também um dos nossos. Aqui também vale ressaltar qeu muitos membros são “apressados” e logo querem ir embora para as suas casas. Bom seria se todos pudessem participar de um momento de comunhão (com café, chá ou lanche). Assim também o visitante seria “enturmado”.
g)      em situações constrangedoras – entre várias situações, menciono duas: 1) bêbados (mais comum) e 2) mendigos. Quando uma pessoa embriagada entra na igreja e não atrapalha o culto, não nos cabe tirá-la. Caso ele grite, converse alto ou crie situações embaraçosas, é recomendável que uma pessoa a tire do ambiente e, havendo possibilidade, converse com ela em particular. Há casos também em que pedintes entram na igreja e abordam um ou outro. Particularmente entendo que este  não é o momento e a pessoa deve ser encaminhada a assentar-se e assistir o culto. Também sou da opinião que o pastor ou outro líder, para evitar constrangimentos maiores entre os membros,  não divulgue que haja um pedinte na igreja, especialmente porque nem sempre conhecemos o caso e encontramos muitos “oportunistas” e a igreja é um dos seus grandes alvos.
Acredito que estas colocações nos ajudarão a refletir sobre a nossa prática. Também não podemos nos esquecer que o visitante volta não só porque recebeu um bom “tratamento” por parte dos membros, mas pela palavra anunciada (pregação), pelas músicas, liturgias, etc. Portanto, se estamos intencionados também nos outros, precisamos nos preparar cada vez melhor, evitando monotonia nos cultos, etc. É preciso também, nos adequar aos novos momentos. Não há necessidade em realizar cultos mórbidos. O culto é a expressão da alegria que está em nossos corações, mesmo que acompanhados de muita dor, sofrimento, dificuldades, etc.
Que estas reflexões nos ajudem na prática de levar Cristo Para todos!

Rev. Waldyr Hoffmann
Pastor em Joinville, SC
(artigo publicado no ML)