Receber
bem alguém em nossas casas é fundamental quando se quer estabelecer uma boa
relação com o visitante, seja este familiar ou não. O mesmo se dá no círculo da
igreja onde precisamos refletir sobre a nossa postura frente àqueles que nos
visitam. Quando esta etapa estiver sido bem feita, os resultados também são
satisfatórios. Se, todavia, houver omissão ou descaso neste assunto, corremos o
risco de não ter o visitante de volta em nosso meio.
Com
a exposição deste tema também queremos abrir o leque e aproveitar a
oportunidade para refletir sobre a nossa prática, ampliando, assim, a nossa
compreensão sobre o assunto. Quando mais nos aprofundamos, várias questões vêm
à nossa mente sobre o porquê de muitos visitantes não retornarem ao nosso
convívio. O que está acontecendo? Como os temos recebido?
A
princípio imagino cada membro da igreja um recepcionista. Há, nesta tarefa, uma
dupla finalidade: sermos cordiais com todos e também oportunistas. Apesar
disso, acreditamos que jamais deveríamos “fazer a cabeça” de alguém após uma
visita sua. Óbvio que uma lembrança, convite, etc sucedem após o contato e isto
é recomendável. No entanto, quando sentimos que isto esteja constrangendo a
outra pessoa, precisamos rever o nosso procedimento. Como um todo, os membros
têm o interesse em receber bem o visitante para que ele se sinta bem em nosso
meio, especialmente por se tratar de uma nova realidade para ele. Nem sempre
isto é fácil, mas com persistência, cuidado e preparo podemos conseguir muito.
A
igreja também poderá estruturar-se com um
departamento (ou comissão) de recepcionistas. Estes, depois de
preparados para tal função, irão desempenhar o seu papel com muita alegria
porque estarão cientes de sua responsabilidade. Diz o ditado popular: “a
primeira impressão é a que fica”. Assim também o é na igreja. Portanto,
recomenda-se que uma equipe fique de prontidão quando os visitantes vierem.
É
bom lembrar que em nossos dias de hoje as pessoas correm muito e quase não têm
tempo para nada. Em função disso, quando se sentem enfraquecidas, ou quando
problemas sérios rondam a sua casa, etc, em muitos casos elas irão procurar por
uma igreja (ou grupo religioso). Por isso, elas precisam de uma lugar de
acolhimento por estarem aflitas e angustiadas. O que elas encontrarão na
igreja? Pessoas alegres, dispostas e perseverantes? Ou vão encontrar pessoas
cabisbaixas, zangadas umas com as outras (em muitas igrejas há membros que não
falam com os outros).
Nesta
linha de pensamento, acreditamos que a partir do momento em que o membro vive o
Evangelho em sua vida, reflete o amor de Deus e passa a ser uma “luz no mundo”
(Mt 5). Inclusive este também é o objetivo da igreja: reunir o povo de Deus,
fortalecer-lhe a fé e direcionar a sua vida na prática do amor de uns para com
os outros. E nesta perspectiva, se torna também um grande recepcionista que tem
prazer em receber o visitante em seu meio.
O
que segue são algumas dicas/orientações são necessárias para os membros da
igreja e, em especial, àqueles designados para serem os recepcionistas.
a) chegar mais cedo – preferencialmente meia
hora antes do culto. Deverá deixar todo o ambiente preparado, com alguma música
ambiente. Recomendamos que os minutos que antecedem o culto não deveriam ser
utilizados para afinação dos instrumentos. Isto poderá ser feito em outro
momento. Agora, o tempo é de comunhão, oração e preparo para o culto. Caso o
culto seja à noite, uma luz não muito forte (indireta) deixará o ambiente mais
próprio para a ocasião;
b) seja natural – não somos em nada
diferentes dos outros. As pessoas têm medo da algo forçado (hipocrisia). Aqui
também é preciso salientar o cuidado com os preconceitos existentes entre as
pessoas;
c) cumprimente a todos – inclusive os membros da
igreja para que eles também se sintam cada vez melhores em nosso meio e
despertem o interesse pelos visitantes, seguindo o seu exemplo. A comunhão será
fortalecida com tal atitude;
d) providenciar Bíblias,
hinários e liturgias – e indicar um membro da igreja para assessorá-lo durante todo o culto
(alguém que sente ao seu lado).
e) anotar o endereço – Este é um momento
delicado. Queremos ter um contato posterior com o visitante. No entanto, não
podemos constrangê-lo a deixar o seu endereço. Talvez um cartão, no qual
podemos destacar a ficha (serrilhada) em duas partes, onde o chamamos bem
vindo, poderá ser utilizado. Se o visitante veio por intermédio de algum membro
da igreja, este poderá fornecer o seu endereço. Preferencialmente na semana
seguinte deveria ser encaminhado uma correspondência (cartão ou carta)
agradecendo-lhe pela visita e convidando-o novamente. Se porventura, o
visitante já vem com freqüência, bom seria agendar um contato na sua própria
casa para expor-lhe mais sobre as
doutrinas da igreja e tirar as suas dúvidas. Isto poderá ser feito pela equipe
de visitação ou pelo próprio pastor.
f) após o culto – Este é um dilema. Já vi
muitos visitantes “no canto” e não serem acompanhados por ninguém. Neste
momento, muitos membros da igreja estão preocupados com os “seus irmãos” e se esquecem daquele
que pode se tornar também um dos nossos. Aqui também vale ressaltar qeu muitos
membros são “apressados” e logo querem ir embora para as suas casas. Bom seria
se todos pudessem participar de um momento de comunhão (com café, chá ou
lanche). Assim também o visitante seria “enturmado”.
g) em situações constrangedoras – entre várias situações,
menciono duas: 1) bêbados (mais comum) e 2) mendigos. Quando uma pessoa
embriagada entra na igreja e não atrapalha o culto, não nos cabe tirá-la. Caso
ele grite, converse alto ou crie situações embaraçosas, é recomendável que uma
pessoa a tire do ambiente e, havendo possibilidade, converse com ela em
particular. Há casos também em que pedintes entram na igreja e abordam um ou
outro. Particularmente entendo que este
não é o momento e a pessoa deve ser encaminhada a assentar-se e assistir
o culto. Também sou da opinião que o pastor ou outro líder, para evitar
constrangimentos maiores entre os membros,
não divulgue que haja um pedinte na igreja, especialmente porque nem
sempre conhecemos o caso e encontramos muitos “oportunistas” e a igreja é um
dos seus grandes alvos.
Acredito que estas colocações nos ajudarão a
refletir sobre a nossa prática. Também não podemos nos esquecer que o visitante
volta não só porque recebeu um bom “tratamento” por parte dos membros, mas pela
palavra anunciada (pregação), pelas músicas, liturgias, etc. Portanto, se
estamos intencionados também nos outros, precisamos nos preparar cada vez
melhor, evitando monotonia nos cultos, etc. É preciso também, nos adequar aos
novos momentos. Não há necessidade em realizar cultos mórbidos. O culto é a
expressão da alegria que está em nossos corações, mesmo que acompanhados de
muita dor, sofrimento, dificuldades, etc.
Que estas reflexões nos
ajudem na prática de levar Cristo Para todos!
Rev. Waldyr Hoffmann
Pastor em Joinville, SC
(artigo publicado no ML)
muito sabia as dicas que Deus abençoe.
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